Os “15” voltam a atacar Nampula

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Para além de roubar bens e espancar as suas vítimas, o grupo de malfeitores é acusado, também, de violar sexualmente menores de idade.

Nampula (IKWELI) – Perante uma polícia apática e agarrada a números de redução de casos criminais, malfeitores continuam a semear terror nos bairros da cidade de Nampula e o famoso grupo dos “15” acaba de ressurgir, actuando tranquilamente sem se preocupação com uma possível neutralização.

A actuação deste grupo de malfeitores começou no bairro de Mutauanha, arredores da maior cidade do norte de Moçambique, e vai progredindo para outras unidades residenciais.

O modus operandis do grupo compreende, para além de roubo e agressões físicas as suas vítimas, violações sexuais em grupo, muitas das vezes perante os seus parentes, impossibilitados de defender as suas mulheres e filhas.

Na quinta-feira da semana passada, o grupo actuou na Unidade Comunal de Muthita, onde para além de espancar violentamente a cidadãos locais, violou sexualmente uma menor de 15 anos de idade.

A mãe da menor escapou por pouco, porque o seu guarda ofereceu-se, em troca, para ser espancado no lugar de ver violada a sua patroa.

“Eram muitos gatunos e todos eles mascarados. Quando eles chegaram (naquela noite) amararão o guarda e espancaram-no. Por causa do grito do guarda, a menor tentou abrir a porta, como eles já haviam entrado no quintal, decidiram entrar no interior da casa. Violaram-lhe e queriam, também, violar a sua mãe”, conta uma vizinha da família que sofreu da investida dos “15”.

Um trabalhador da Electricidade de Moçambique (EDM) que vive naquele bairro contou-nos que a sua residência, também, foi vandalizada pelo mesmo grupo de malfeitores.

“Invadiram o meu quintal e introduziram-se no interior do mesmo. Partiram vidros da minha janela. Quando notei um ambiente estranho comecei a gritar a pedir socorro. Eles pediam que eu abrisse a porta. A sorte que tive é que os meus vizinhos ligaram para a Polícia, mas quando a mesma chegou já era tarde”; disse esta fonte que nos pedi a não revelação da sua identidade.

A PRM e os seus números

 Zacarias Nacute é o porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) no comando provincial de Nampula e quando questionado pela nossa reportagem sobre o recrudescimento da criminalidade na cidade de Nampula desdramatizou a situação, socorrendo-se dos números de casos registados em períodos comparativos entre 2019 e 2018.

Ele justifica-se pelo facto da província ter registado, na semana passada, sete casos criminais contra dez do igual período do ano passado.

“O trabalho da Polícia continua ininterrupto. Portanto, há redução da criminalidade e não se trata do aumento”, gaba-se o polícia falante.

Sobre o caso de Muthita, apuramos que foram detidos, na madrugada da última segunda-feira, pelo menos 12 indivíduos indiciados na perturbação da ordem e tranquilidade.

A detenção dos mesmos foi feita numa “operação madrugada” que percorreu quase todo o bairro a procura dos gatunos, por volta das 3horas.

Contudo, Nacute não sabe sobre esta operação, mas adianta que foram detidos na semana passada, a nível da província mais populosa do país, pelo menos, 23 cidadãos envolvidos em actos criminais.

Um dos indiciados, cujo nome omitimos por presunção de inocência, é acusado de falsificar documentos sobretudo cartas de condução em coordenação com agentes do Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATTER) em Nampula. (Sitoi Lutxeque)

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